SEJA BEM-VINDO, OUTONO!
"Even if something is left undone, everyone must take time to sit still and watch the leaves turn"*, Elizabeth Lawrence
Dizem por aí que quando a temperatura cai, a vontade de comer salada acaba. Pois eu acho que é apenas uma questão de adaptar a lista de compras e de ampliar o repertório de saladas. Deixemos o alface, o tomate e o pepino de lado por um instante e busquemos legumes e verduras que possam ser assados, grelhados e servidos mornos, ou em temperatura ambiente; façamos novas combinações de frutas, queijos e castanhas. Essa news propõe três receitas bem fáceis que podem ser ótimos começos para uma refeição outonal ou que, juntas, podem compor uma refeição inteira. Nesse caso, complemente com alguns frios, anchovas, manteiga e um bom pão.
Nos vemos daqui duas semanas com receitas de uma das coisas que mais me move na cozinha: ragus.
Até lá,
Lena :)
AMPLIANDO O REPERTÓRIO DE SALADAS
Salada de erva-doce grelhada
Eu nunca tinha dado muita bola pra erva-doce até conhecer essa receita da Diana Henry em que ela é grelhada com suco de laranja e vinho branco (que usei no lugar do sherry) e servida com queijo de cabra. Ela fica mais macia, adocicada e com uma coloração dourada linda. Prepare-se para adotar a erva-doce para sempre!
Salada de caqui, pera e queijo azul
Pera com queijo azul (tipo gorgonzola ou roquefort) já é uma dupla bem conhecida por aí, mas nesta receita de Alison Roman, a dupla ganha a companhia do Caqui - que até o final do mês de maio ainda estará no auge safra. Ah, cuidado: a noz-pecã caramelizada com maple é altamente viciante! Vale fazer uma quantidade extra para ter na despensa.
Salada de feijão com figo e ricota
De vez em quando, recorro a alguns poucos produtos processados para compor refeições com ingredientes in natura - que é o caso dos feijões cannellini usados neste prato. Numa adaptação da receita de Anna Jones, adicionei o bacon para dar uma bela temperada neles - Vegetarianos, apenas retirem essa etapa da receita ;)
SANGRIA ROSÉ PARA O OUTONO
Os dias ensolarados com uma briza fria são meus preferidos! E a minha refeição ideal deste começo de outono, além de saladas como as que vimos, tem um belo drinque para acompanhar.
Nesta versão de sangria que fiz para o site da revista VOGUE alguns anos atrás, misturei vinho rosé, no lugar do tinto, com rum. Além disso, as frutas são grelhadas e por isso trazem um toque caramelizado delicioso!
Como já comentei aqui anteriormente, não use vinhos especiais para fazer drinques, pois eles perderão suas nuances ao serem misturados com os demais ingredientes. Escolha um vinho legal e de bom custo-benefício ;)
PARA OUVIR | MÚSICAS PARA LAVAR LOUÇA
Se tem uma coisa que eu gosto de fazer, além de cozinhar, é fazer playlists! E quem gosta de cozinhar, mas não tem lava-louças (como eu), tem sempre uma pia super cheia com o pior tipo de louça: frigideira com crosta queimada, panela com molho de tomate, prato cheio de azeite… Como parar de cozinhar não é uma opção, só nos resta dar o play e encarar a sujeira ao som de uma playlist animada :)
PARA LER | COMING TO MY SENSES: THE MAKING OF A COUNTERCULTURE COOK
Neste livro de memórias lançado em 2017, a chef Alice Waters nos conta a história que precede a abertura de seu restaurante, Chez Panisse, e sua subsequente fama. A infância numa família tradicional, a vivência em Paris, a formação como professora montesoriana, a juventude na Universidade da Califórnia, em Berkeley, no auge do movimento estudantil conhecido como Free speech Movement (Movimento pela Liberdade de Expressão), e as pessoas de universos distintos com quem conviveu e que moldaram a concepção do restaurante que, por sua vez, inaugurou o movimento de valorização dos alimentos de procedência local e das culturas orgânicas na Califórnia. Uma delícia de leitura! Ainda sem tradução para o português, o livro pode ser comprado pela internet ou, para quem usa tablets, no formato ebook.