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CURRY TAILANDÊS DE FRANGO

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Como dar um pulinho na Tailândia no meio da correria da semana.

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Jan 24, 2025
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CURRY TAILANDÊS DE FRANGO
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“Há muito tempo me ocorreu que quando as pessoas estão cansadas e com fome, o que acontece a maior parte do tempo na vida adulta, elas não querem ser confrontadas com uma refeição intelectualmente desafiadora: elas querem ser consoladas.” — Laurie Colwin em Home Cooking

Queridos leitores e leitoras, sigo empenhada em priorizar receitas que facilitem os jantares de dia a dia. Porque a realidade de quase todos nós é essa que nos descreveu Laurie Colwin: estamos quase sempre cansados e com fome, mas nem por isso queremos comer mal ou comer qualquer coisa. Queremos um jantar gostoso e que nos console sem que nos exija mais do que podemos oferecer em termos de tempo e energia. Parece difícil? É por isso que eu estou aqui :)

Escolhi uma receitinha gostosa que os consolará, aquecerá e alimentará sem muito esforço. Agora feche os olhos e mentalize uma tigela caldosa e cheirosa de curry tailandês. Bom demais! Além disso, estamos falando de frango, legumes e leite de coco que já são velhos conhecidos nossos, né? A “novidade” fica apenas por conta da pasta de curry.

Tipos de curry

Pastas de curry da marca Aroy-D que pode ser encontrada no Brasil.

A composição do curry varia muito de acordo com sua origem e, apesar de guardarem semelhanças, o indiano é diferente do tailandês que é diferente do japonês e assim por diante. O curry acaba sendo tanto o nome do tempero quanto do prato final. Ele é uma mistura de diversos ingredientes que pode sempre ser feita do zero, mas o tempo e o acesso aos ingredientes nem sempre possibilitam que todos façam desta maneira de origem. Assim, encontramos curry em pó, em tabletes e também em pasta, como no caso do curry tailandês. São três tipos principais de pasta:

  • Vermelha: a mais picante

  • Amarela: de picância intermediária

  • Verde: a menos picante das três

A base das pastas é bem semelhante, tendo apenas alguns ingredientes e o nível de picância como diferença — que acabam por trazer cores diferentes. Os ingredientes variam, mas as pastas costumam levar gengibre, açafrão, coentro, pimenta em pó, cominho, alho, capim-limão, galanga (um rizoma primo do gengibre), folhas de limão makrut (ou kaffir), e algumas pimentas. Para os tailandeses, esses são ingredientes básicos do dia a dia; para nós, nem tanto. Infelizmente, há alguns ingredientes que dificilmente encontramos à venda no Brasil, como as folhas makrut ou o galanga, a não ser em alguns mercados especializados em grandes capitais como São Paulo. Assim, as pastas industrializadas podem ser uma alternativa para darmos um pulinho na Tailândia no meio da correria da semana.

Embora industrializado, para meu espanto, ao ler o rótulo da embalagem, não encontrei nenhum conservante ou corante — usei a pasta da marca Aroy-D que pode ser adquirida em diversos países, incluindo o Brasil. De qualquer forma, mesmo não sendo a versão mais natural, saiba que você usará apenas algumas colheradas na receita. Considerando que este não é um prato que vamos comer todos os dias, não vejo mal em apelar para algo do tipo. Mas querendo e encontrando todos os ingredientes para fazer a versão original, maravilha. Manda bala :)

Molho de peixe

Diversas marcas de molho de peixe. Imagem via America’s Test Kitchen

Para quem nunca usou, o molho pode assustar pelo forte aroma, mas ele é essencial na cozinha tailandesa — na qual é conhecido como Nam Pla. É feito à base de anchovas fermentadas no sal e usado de maneira supercomedida, de modo que toda essa pungência se dissipa (nesta receita para quatro pessoas, eu uso apenas uma colher de sopa). O molho acrescenta sal e ainda traz profundidade e complexidade de sabor que são difíceis de explicar sem que se tenha provado. Para quem torceu o nariz para a anchova, ela está escondida em diversos preparos, inclusive no famoso molho inglês.

O molho de peixe está presente na culinária de diversas cozinhas do sudeste asiático, como Vietnã e Indonésia. Nesta receita, ele reforça o sabor “tailandês” do curry. Por isso, apesar de ser possível fazer sem, acredito que valha a pena empreender um esforço para comprá-lo.

Comumente vendido em mercados asiáticos, ele dura por tempo indeterminado se bem armazenado na geladeira. Você pode usá-lo em diversas receitas dos países dessa região, para fazer caldos e molhos de salada, como para uma deliciosa salada tailandesa de mamão verde com manga.

Ingredientes e variações

Minha receita não é a mais tradicional. Ela é apenas baseada em uma clássica, já que eu uso uma quantidade menor de pasta de curry e de molho de peixe. Aqui o frango não entra em grandes quantidades, pois queremos casá-lo com uma boa porção de legumes. E ao invés de apenas cozinhá-lo diretamente no leite de coco, prefiro selar na frigideira antes.

Caso seja vegetariano ou vegano, deixe o frango de fora e adicione um pouco mais de legumes ou, se preferir, um pouco de tofu.

Eu usei os legumes que tinha em casa no dia: brócolis, batata bolinha e cogumelos shitake — e fui muito feliz. Meu toque extra foi assar o brócolis e o cogumelo de forma a manter a consistência mais firme e ainda ganhar uns tostadinhos, além de incorporá-los da metade para o final do preparo. Você pode fazer outras combinações de vegetais, claro! Pode fazer só com batatas ou adicionar cenoura, couve-flor, ervilha torta… Minha sugestão é prestar atenção na cocção para que não passem do ponto e fiquem muito molengas. É gostoso que cada um tenha sua textura.

Você também pode substituir os pedaços de peito de frango por almôndegas de frango. É um processo a mais, mas uma variação bem legal!

Veja a receita completa no PDF abaixo:

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