COUVE-FLOR ASSADA (INTEIRA) COM TAHINE
“Couve-flor nada mais é do que um repolho com formação universitária.”* — Mark Twain
Servir uma belíssima couve-flor assada e inteira na mesa não tem nada de novo, dado o boom que o vegetal viveu nos últimos anos, com receitas que vão desde as do Ottolenghi até as virais de influenciadores do TikTok. Mas a verdade é que, como tudo que é realmente bom, essa couve-flor sobrevive ao tempo e às modas. E esse prato tão versátil, capaz de aceitar centenas de combinações de temperos diferentes, segue sendo um deleite para os olhos e para o estômago. É como bem resumiu a jornalista Julia Moskin no New York Times: "este prato tornou-se um clássico moderno".
Para muita gente ainda é difícil ver o vegetal como o protagonista da mesa, mas a couve-flor é uma ótima pedida para quem quer repensar o consumo de carne e a composição de uma refeição. De partida digo que é linda por ser uma inflorescência. Mas, à beleza de seus floretes somam-se a textura dos caules carnudos e a versatilidade de ser preparada de diversas maneiras com diversos condimentos.
E a respeito da frase engraçadinha de Mark Twain que abre esta news, me pergunto se ele teve a oportunidade de provar uma bela couve-flor ou até mesmo um belo repolho — outro vegetal que apesar de também pertencer à espécie Brassica oleracea, é outra coisa. Cada um no seu quadrado, cada um com sua alegria.
Até a próxima news,
Lena
*"Cauliflower is nothing but cabbage with a college education."
Couve-flor assada inteira com tahine
Existem algumas formas de fazer a couve-flor inteira, mas combinar a cocção em água com o forno é a mais comum. Porém, acredito que ferver a água, cozinhar rapidamente a couve-flor e ainda esperar uma hora para que asse — como muitas das receitas por aí pedem — seja um pouco demais para o tempo que eu tenho disponível para a maioria dos jantares de dia de semana. Por isso opto por cozinhá-la na água por mais tempo, sem deixar que fique molenga, e por só finalizá-la no forno a fim de que ganhe sabores tostados e mais cor. Fica deliciosa e a gente economiza uns minutinhos!
Hoje em dia, muitos mercados vendem a couve-flor sem suas folhas — o que é uma pena. Primeiro porque, uma vez assadas, as folhas ficam tostadinhas e crocantes e, segundo, que poder ver o estado de saúde da folha ajuda a avaliar o frescor da hortaliça. Folhas íntegras, rígidas e com cor intensa indicam frescor, enquanto folhas murchas e amareladas indicam que ela já pode estar velha. Por sorte, aqui em Barcelona é mais comum encontrá-las ainda com folhas, como vocês podem ver na foto. Fora que desse modo parece que estamos comprando e comendo um verdadeiro buquê de flores, né? Se forem à feira ou ao mercado de orgânicos, há mais chances de encontrarem com folhas ou de pedir para o vendedor as manter.
Quanto aos temperos, acho que a combinação de sabores de cúrcuma, alho e cominho é deliciosa, além da couve-flor ganhar com ela uma cor amarelinha. Tome cuidado apenas quando a receita estiver pronta e o azeite infusionado com a cúrcuma, pois pode manchar — sobretudo se estiver cozinhando em um balcão de mármore ou algo tão poroso quanto.
O molho de tahine que segue o preparo é simples e pode acompanhar um sem-fim de vegetais assados. Anteriormente eu já havia compartilhado uma receita à base de iogurte com tahine que é ótima e vai bem nesta receita — assim como em muitas outras — mas a versão de hoje é uma variação que leva apenas a pasta de gergelim temperada com sal e limão. Ou seja, tem um sabor de gergelim mais pronunciado — eu adoro!
RECEITA:
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