BRANDADE DE BACALHAU
Alimento para o corpo não é suficiente. Deve haver alimento para a alma. —Dorothy Day
Cresci odiando bacalhau. Toda vez que minha mãe fazia e o cheiro tomava a casa, eu tinha enjoo e queria sair correndo. Não conseguia nem comer as batatas que acompanhavam o preparo porque sentia que estavam contaminadas com o gosto do peixe. Eu ficava i-n-c-o-n-f-o-r-m-a-d-a porque não só as pessoas comiam aquilo, como comiam com muito, muito gosto. Por que raios eu detestava aquilo?
Isso se estendeu pelo começo da minha vida adulta. Então, lá pelos meus 25 anos, já muito interessada por gastronomia e dando meus primeiros passos nesse universo profissional, cansei de não gostar de bacalhau e entendi que eu era a minoria nessa história — e tinha até um pouco de vergonha de não gostar. Além disso, se eu gostasse, seria mais uma comida com a qual eu poderia me deliciar. E assim começou a saga desse paladar adquirido que hoje faz parte do meu receituário. Eu não só como, como como com gosto! (Como fazer uma frase com três "como"? Pergunte-me como! rs).
Quem mais odiava bacalhau ou alguma outra coisa que passou a adorar?
Lembrando que essa é a edição de setembro exclusiva para os assinantes pagantes e que dentro de duas semanas vocês receberão a versão gratuita! E como essa história de versão paga ainda é uma novidade, queria pedir a vocês que respondessem um questionário. A ideia é entender um pouco do que vocês querem (dentro daquilo que posso oferecer), formatos que preferem, dar espaço para sugestões… enfim, gostaria de ir refinando o conteúdo com a ajuda de vocês. É rapidinho e basta clicar abaixo:
Até a próxima news,
Lena
*Food for the body is not enough. There must be food for the soul.
Bacalhau & batata
Não é impressionante a quantidade de variações de bacalhau que existe? Estou longe de ser versada em todas as opções, mas no meu cotidiano gosto muito da brandade, onde o bacalhau é cozido no leite e então desfiado e misturado a um purê de batatas que foram cozidas nesse mesmo leite.
É um prato fácil de ser feito e que não tem como errar o ponto, como pode acontecer com as postas de bacalhau. E uma vez que ele será desfiado, você pode comprar aparas de bacalhau, que são bem mais baratas.
Basicamente, uma vez misturados o bacalhau e o purê, o prato está pronto. Aqui na Espanha, eles servem a receita fria e como entrada sobre uma fatia de pão e ela é tão comum que você encontra pronta para vender em supermercados, rotisserias e lojas do tipo. Mas a brandade também pode ser servida quente e como prato principal, acompanhada por uma salada verde ou legumes grelhados — que é como eu prefiro comer. Eu ainda gosto de cobrir com um pouco de pangritata (a farofa de pão tostado) e colocar no forno, sob o grill, para dourar. É como se eu invertesse: em vez de colocar um pouco de brandade sobre o pão, coloco um pouco de pão sobre a brandade!
Não se esqueça de se programar para dessalgar o bacalhau com um dia de antecedência.
Veja a receita completa no PDF abaixo: